12/04/2018

Ao longo dos últimos meses, foram várias as reuniões que tiveram lugar na Casa Roseiral entre os dois presidentes de Câmara e as suas equipas. Com engenheiros e técnicos estudou-se em segredo a melhor localização para a futura Ponte D. António Francisco dos Santos.


Sem que ninguém desconfiasse, nos últimos meses o ritmo de encontros entre Rui Moreira e Eduardo Vítor Rodrigues intensificou-se. A Casa do Roseiral, residência oficial do presidente da Câmara do Porto, foi o "porto seguro" para que os trabalhos, tanto a nível político como a nível técnico, decorressem com a necessária discrição e prudência.


Afinal, estava em causa a construção de uma nova ponte que passará a fazer a sétima ligação entre as duas margens. Nestas reuniões, acompanhadas por vereadores e respetivo staff mais próximo, os autarcas puderam trocar impressões sobre a melhor localização, suportados pelos pareceres técnicos. Também o impacto positivo que esta nova infraestrutura trará para a regeneração das frentes ribeirinhas orientais (zona de Campanhã, no Porto, e Oliveira do Douro, em Gaia) foi, de igual modo, considerado.


Consensual ainda foi o nome atribuído à nova travessia: Ponte D. António Francisco dos Santos, antigo bispo do Porto, falecido em setembro do ano anterior. Em cerca de três anos e meio de episcopado, D. António Francisco dos Santos desenvolveu uma relação de grande proximidade com Rui Moreira e Eduardo Vítor Rodrigues, pelo que entenderam justa a homenagem a "uma pessoa marcada pelo carinho e pelo afeto, que nunca precisou de se colocar em bicos de pés para ser amado e respeitado", descreveu a seu respeito D. António Taipa, administrador diocesano.


Esta manhã, Rui Moreira partilhou que a vontade conjunta dos dois municípios há muito apontava para este desfecho. Desde logo, porque as conversas sobre o tema da mobilidade - entre si e Eduardo Vítor Rodrigues - decorrem desde o início dos anteriores mandatos, ou seja, a partir de 2013 (um dossiê, aliás, também estruturante para a própria Área Metropolitana do Porto).


Desde então, os autarcas manifestaram publicamente o interesse no alargamento do tabuleiro inferior da ponte Luís I, mas, como disse esta manhã o presidente da Câmara do Porto, foram travados pelas entidades que gerem o património. Por outro lado, qualquer solução que implicasse uma nova travessia a jusante da ponte Luís I iria sobrecarregar o centro histórico, acrescendo o facto de que seria pedonal.


Mais ainda, o anúncio da construção de uma nova ponte trouxe também outras novidades. Quando estiver pronta, a Ponte D. António Francisco dos Santos permitirá a pedonalização do tabuleiro inferior da Ponte Luís I, que poderá também vir a receber um elétrico histórico. Já a Ponte Dona Maria será uma ciclovia, de acordo com o previsto nos planos de ambas as cidades.


Por esta ordem de razões, a nova solução foi desenhada com a devida reserva que um anúncio desta envergadura pedia: concertando decisões políticas, recolhendo pareceres técnicos e pré-definindo a melhor localização. Ultrapassadas estas etapas sem ruído mediático, aquela que já é considerada uma obra da região Norte pode definitivamente avançar.

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