07/04/2022

O arquiteto portuense responsável pelo projeto do Terminal Intermodal de Campanhã é o vencedor de 2021 do prémio atribuído pela Associação Internacional de Críticos de Arte (AICA) no setor da Arquitetura.


Nas palavras do júri, “a obra confirma o percurso de excelência do autor e constitui um marco assinalável na arquitetura portuguesa atual, pelo modo como privilegia os novos sistemas de mobilidade urbana e a consequente regeneração de uma área da cidade afetada, desde o século XIX, pela construção da estrutura ferroviária ainda existente e em funcionamento”.

 

E acrescenta que o TIC constitui "um dos mais relevantes projetos públicos em curso no Porto, articulando de forma exemplar infraestrutura, topografia e espaço público numa cidade que vai de novo ao encontro do território para a introdução dos sistemas naturais no seu desenho”.

 

Professor na Faculdade de Arquitetura da Universidade do Porto, Nuno Brandão Costa foi distinguido, em 2008, com o Prémio Secil, em 2012, com o Swiss Award, e, em 2017, com o Prémio FAD, atribuído pela associação espanhola Arquinfad. Para a associação de críticos de arte, "globalmente considerado, o trabalho de Nuno Brandão Costa atesta a importância que atribui ao papel ativo do arquiteto e da arquitetura na sociedade contemporânea”.

 

De acordo com a AICA, “os prémios de Artes Visuais e Arquitetura são atribuídos a duas personalidades das respetivas áreas, cujo percurso profissional seja considerado relevante pela crítica e cujo trabalho tenha estado particularmente em foco, no ano a que o Prémio diz respeito”.

 

Nuno Brandão Costa divide o galardão com o escultor Rui Chafes, reconhecido pela associação de críticos de arte, na categoria de Artes Visuais, pela exposição “Nada Existe”. O prémio da AICA corresponde aos trabalhos realizados em 2021.

 

Os dois foram distinguidos por unanimidade por um júri independente, composto pela crítica de artes plásticas, Luísa Soares de Oliveira, pelo comissário do Plano Nacional das Artes, Paulo Pires do Vale, os arquitetos Inês Lobo e Rui Mendes, e presidido pela historiadora da arte, Catarina Rosendo.

 

Atribuído em parceria com o Ministério da Cultura e a Fundação Millennium bcp, o Prémio AICA corresponde a um valor pecuniário de dez mil euros para cada modalidade.

 

Nascido em 1968 para dar reconhecimentos aos melhores trabalhos de artes plásticas realizados em Lisboa, chegou a ser interrompido, mas voltou a ser atribuído a partir de 1981, também no campo da arquitetura, por iniciativa da então Divisão de Artes Plásticas da Direção-Geral da Ação Cultural/ Secretaria de Estado da Cultura, passando a considerar todo o país.

 

No primeiro ano de inclusão de trabalhos de arquitetura, o Prémio AICA distinguiu Álvaro Siza Vieira e, entretanto, também já foi atribuído a Eduardo Souto Moura.




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