Percursos Pedonais Ligações Mecanizadas
ConstruçãoOs percursos pedonais – ligações mecanizadas têm como objetivo criar melhores condições de acessibilidade pedonal através da melhoria dos percursos existentes e da criação de ligações mecanizadas entre a zona ribeirinha e as cotas altas do Porto, em três pontos distintos: Miragaia, Palácio de Cristal e Virtudes. As ligações pretendem potenciar a mobilidade pedonal, dotando esses percursos de níveis de conforto e segurança e facilitando o esforço da caminhada, permitindo melhorar a qualidade de vida de quem diariamente os percorre, ou abrindo a perspetiva de novos percursos, regenerando e revitalizando a zona. O desenvolvimento de novos percursos/melhoramento de percursos existentes e espaços verdes envolventes apresenta uma clara estratégia de simbiose e continuidade com o património e a identidade existentes, sem deixar de assumir as novas peças urbanas/ arquitetónicas, como a marcação de um novo tempo de intervenção. Ler Mais.
Percursos Pedonais Ligações Mecanizadas
Os percursos pedonais – ligações mecanizadas têm como objetivo criar melhores condições de acessibilidade pedonal através da melhoria dos percursos existentes e da criação de ligações mecanizadas entre a zona ribeirinha e as cotas altas do Porto, em três pontos distintos: Miragaia, Palácio de Cristal e Virtudes.
As ligações pretendem potenciar a mobilidade pedonal, dotando esses percursos de níveis de conforto e segurança e facilitando o esforço da caminhada, permitindo melhorar a qualidade de vida de quem diariamente os percorre, ou abrindo a perspetiva de novos percursos, regenerando e revitalizando a zona.
O desenvolvimento de novos percursos/melhoramento de percursos existentes e espaços verdes envolventes apresenta uma clara estratégia de simbiose e continuidade com o património e a identidade existentes, sem deixar de assumir as novas peças urbanas/ arquitetónicas, como a marcação de um novo tempo de intervenção.
Assim, a implementação equilibra-se entre o lado pétreo da cidade, do granito, das escarpas, dos muros e socalcos construídos, com a colocação de elementos de betão texturado que “ancoram” e estabelecem o contacto com o solo dos vários momentos da intervenção. Além disso, e dentro da mesma linguagem, vão desenhando as diferentes necessidades, e a ideia oposta de leveza, com a colocação de outros elementos mais leves que lhes são sobrepostos, em metal e madeira – nomeadamente as peças que acolhem os elevadores ou os equipamentos complementares sobre os promontórios.
Ao mesmo tempo, os percursos pedonais – ligações mecanizadas apresentam-se com uma estratégia de sustentabilidade a diferentes níveis: sustentabilidade económica com a intervenção centrando-se no essencial; sustentabilidade social com a resolução dos problemas mais prementes da mobilidade da população local e as transposições de cotas mais gravosas à média escala, dando o impulso necessário à criação e funcionalidade do “percurso longitudinal”; sustentabilidade de manutenção e tecnológica: materialidades pétreas, garantindo uma alta durabilidade, espaços verdes com características de baixo custo de manutenção e introdução de sistemas de produção e poupança de energia e ligação às redes digitais da cidade.
Virtudes (Em Projeto)
A partir dos percursos pedonais – ligações mecanizadas implementados em Miragaia, a intervenção nas Virtudes compreende um sistema contínuo de escadas mecanizadas entre a Rua dos Armazéns e a cota da Fonte das Virtudes, dando forma à estratégia global de facilitação da conexão entre as cotas mais baixas e intermédias do rio, Miragaia, e as cotas altas da Cordoaria e do Hospital de Santo António.
No seguimento das Ruas do Cidral e Rua dos Armazéns nasce a Calçada das Virtudes (cota baixa dos Jardins das Virtudes) que, pela sua escala e perfil, tem capacidade para absorver um sistema de escadas mecanizadas, justificadas pelo elevado fluxo de utilizadores e grande diferença de cotas que vence. Tal como na intervenção realizada em Miragaia, este grupo de escadas é igualmente enquadrado por muros de betão bujardado que permite corrigir o perfil de contacto das novas escadas com as existentes.
Assim, serão implementadas quatro escadas rolantes nas Virtudes. Um conjunto de duas escadas desfasadas, na cota mais baixa, um terceiro tramo a implantar diretamente sobre o terreno ajardinado e, por último, o quarto tramo de escadas mecanizadas que une finalmente o percurso ao grande patamar intermédio – o da Fonte das Virtudes.
Aqui, é proposta a reformulação de todo este patamar, constituindo-se uma nova praça na área frontal da fonte. Este gesto (a nova praça) desenha todo um novo sentido de remate ao final do eixo da Calçada das Virtudes, retribuindo a dignidade à histórica fonte e conferindo ao espaço um ambiente mais pedonal e coadunado tanto com a sua integração na atmosfera orgânica dos Jardins das Virtudes, como com a estratégia geral dos novos percursos pedonais propostos.
Palácio De Cristal (Em Projeto)
A intervenção no setor do Palácio de Cristal contempla dois núcleos essenciais: a encosta poente e a Rua da Restauração. A encosta poente corresponde ao primeiro braço da nova linha de percurso longitudinal e caracteriza-se pelo desenvolvimento de uma rede orgânica de pequenos percursos pedonais, fazendo eco dos históricos percursos de desenho romântico do século XIX, viabilizados pelo tratamento de cotas e a implantação estratégica de taludes e de peças em escada pontualmente colocadas no terreno.
Esta intervenção expande os jardins do Palácio de Cristal e os seus caminhos existentes para toda a sua encosta poente e desenha o contacto/diluição dos caminhos do parque com os denominados Caminhos do Romântico. No extremo poente do percurso configura-se, assim, uma praça verde que funciona como o seu remate e integra uma escada de ligação à Rua de Entre-Quintas, junto à Casa Tait.
Outro momento essencial neste núcleo é o desenho de uma peça composta por vários tramos de escada e patamares que estabelece uma ligação extra desta rede de caminhos do parque a um momento-chave na rede de mobilidade pedonal da cidade – o encontro da Rua de Entre-Quintas com a Rua da Restauração.
Este ponto congrega a chegada pedonal de vários outros pontos de ligação à marginal, como é o caso tanto da própria Rua da Restauração, como da Calçada Sobre-o-Douro.
A intervenção neste grande núcleo poente entende este tramo do percurso como lúdico e turístico e por isso não considera a introdução de qualquer meio mecanizado.
O tramo seguinte do percurso longitudinal na Rua da Restauração trabalha essencialmente a ligação do tramo anterior a essa rua, através da colocação de um elevador com uma paragem intermédia no patamar das estufas.
Este ponto contará com ligação mecanizada, pelo facto de a sua funcionalidade não ser apenas lúdica: a mobilidade da população local dentro do novo sistema que interliga a cota do rio e as cotas altas da cidade é um fator importante a considerar.
Este ponto, bem como a sua ligação à cota das estufas, é pretexto para uma reformulação deste patamar, hoje desativado e inacessível ao público, associando-se esta intervenção a uma dupla estratégia: qualificar uma ligação pedonal, à média-escala, ao cotovelo da Rua Jorge de Viterbo Ferreira e consequentemente à Rua D. Manuel II e, simultaneamente, proporcionar uma reformulação que permite criar um alçado na Rua da Restauração, vivificando a sua margem norte e ajudando a melhorar a escala do muro original.
O ponto de colocação do elevador e a saída à cota da Rua da Restauração são estratégicos para a continuidade da linha do percurso longitudinal, através da Rua Sobre-o-Douro e seguinte ligação ao núcleo de Miragaia.
Miragaia (Obra Concluída)
A intervenção no setor de Miragaia, já concluída, contemplou três núcleos, correspondentes às zonas das Escadas das Sereias, Escadas do Monte dos Judeus e à zona circundante das Ruas do Cidral de Cima e Cidral de Baixo.
As Escadas das Sereias, pela sua natureza construtiva e forma, foram mantidas em sistema não mecanizado e com utilização num sentido tendencialmente descendente e mais lúdico, ao passo que a intervenção nas Escadas do Monte dos Judeus foi trabalhada para a integração de lanços de escadas mecanizadas, cumprindo a função de sentido ascendente e com o primeiro patamar a estabelecer a união de cota com o Largo da Alfândega, junto ao arranque das Escadas das Sereias, reforçando, assim, a ideia de sistema conjunto.
Ambas as escadas são elementos essenciais na ligação da cota do rio à cota da Rua da Bandeirinha e Rua do Monte dos Judeus que, em união, fazem a ligação primordial entre o Palácio de Cristal e o Jardim das Virtudes.
Assim, a intervenção nas Escadas das Sereias dedicou-se à conservação e ao melhoramento dos degraus mais danificados, novo desenho de corrimão e pontual arranjo paisagístico na margem das escadas, com a introdução de elementos vegetais.
Por outro lado, as Escadas do Monte dos Judeus foram profundamente trabalhadas para integrar três lanços de escadas mecânicas. Para tal, tirou-se partido do muro estruturante ali existente e foram realizados ajustes “cirúrgicos” de cotas e patamares, com pavimentação geral deste núcleo e sua envolvente, redesenhando ainda o momento de chegada ao promontório da fonte da antiga Praça do Peixe. Devolveu-se-lhe, assim, a sua dignidade histórica, cujo socalco se dotou de uma outra nova escada de ligação à Rua do Cidral de Cima, fazendo com que este constitua um espaço também de atravessamento e não uma plataforma sem saída.
Devido ao perfil específico das escadas mecânicas e à sua aparente incompatibilidade com as escadas existentes, foram introduzidos delgados muros de betão bujardado nas suas laterais, que permitiram regularizar a escala destes novos elementos no contacto com as escadas e pavimentos existentes.
As escadas existentes foram conservadas com a introdução de canteiros em zonas de transição de cotas que pontuam a longa subida. Esta, apesar de agora facilitada pelos meios mecânicos, pode ainda ser integralmente percorrida através da escadaria não mecanizada, mantendo-se a sua vertente de fruição lúdica.
Com vista ao melhoramento da ligação entre o Palácio das Sereias e a zona do Jardim das Virtudes, as Ruas do Cidral de Cima e do Cidral de Baixo foram alvo de conservação e redesenho pontual de pavimentos, com ligeiros ajustes das cotas e do seu perfil longitudinal (através da introdução de rampas e escadas com patamares), para um claro melhoramento da acessibilidade.
O pequeno largo, onde ambas confinam a nascente, foi alvo de uma transformação paisagística que o torna uma pequena área verde.