O Centro de Recolha Oficial de Animais (CROA) tem uma área de 3000 metros quadrados e localiza-se dentro do recinto do Viveiro Municipal de Campanhã, junto à Travessa de Águas Férreas de Campanhã, a sul da zona de estufas. A intervenção centrou-se na construção de um edifício que se desenvolve em três pisos e se distingue por duas tipologias construtivas diferentes, a do bloco hospitalar e administrativo e a dos blocos de alojamento de animais.
O piso superior faz a ligação da cota alta a norte, que constitui a entrada principal e acesso de público. Neste piso, desenvolvem-se as áreas da receção, secretaria, consultórios e bloco administrativo. A partir do átrio principal articulam-se dois acessos distintos à área de canil e de alojamento de animais, um para a zona de adoção e outro, em rampa, para a zona de entrada de animais e bloco hospitalar.
O piso intermédio é o piso de implantação mais extenso, dedicado a receção, tratamento e alojamento de animais. É constituído pelos blocos hospitalar, de isolamento e quarentena de animais e pelos blocos de jaulas. Este piso é estruturado por um grande corredor de serviço coberto. Nos extremos do corredor existem dois pátios, um centrado na adoção, e o outro no exercício físico dos animais.
O piso inferior é um piso em meia cave, de nível com o terreno a sul, dedicado a armazém, sala de occisão, estacionamento de viaturas de serviço, lixos e acondicionamento e congelação de cadáveres. Este piso faculta um acesso reservado de serviço e de descargas com ligação a um elevador monta-cargas que faz a distribuição vertical para os pisos superiores.
Os materiais foram escolhidos de acordo com as funções de cada espaço e suas exigências, sendo todos eles de grande resistência ao desgaste, de fácil manutenção e de difícil propagação em caso de incêndio.
Na conceção do conjunto foram adotadas tecnologias construtivas correntes de acordo com o tipo de edifício pretendido, sendo relevante referir o esforço de concentração das áreas húmidas.
A estrutura do novo edifício foi executada em betão armado constituída por pilares, vigas e lajes maciças, em conjunto com alguns elementos metálicos. Assim se procurou uma caracterização sóbria, com recurso a materiais duradouros, e sobretudo de fácil manutenção, quer no exterior, quer no interior do edifício. Nas zonas de circulação pública, salas e gabinetes, a escolha de materiais incidiu, na sua maioria, em pavimentos vinílicos com rodapé em meia cana e tetos em betão à vista, com algumas zonas de teto falso em painéis de aglomerado mineral para absorção acústica.
A entrada principal foi dotada de porta automática na antecâmara, optando-se por portas acústicas e envidraçadas para maior transparência e luminosidade, no caso das demais portas dos gabinetes e salas. Em instalações sanitárias, gatis, balneários e salas hospitalares também foi utilizado pavimento vinílico com rodapé em meia cana, azulejo branco e restante parede rebocada e pintada e teto em betão à vista. No gatil da adoção, parte do teto incluiu painel sandwich acústico, para um melhor conforto acústico.
Foram instaladas portas metálicas de grande resistência, com óculo retangular em vidro, para melhor controlo visual. Nos canis, foi utilizado pavimento em betão afagado por meios mecânicos com rodapé em meia cana e lambrim em betonilha afagada com endurecedor de superfície.
A parede dos corredores interiores, acima do lambrim, conta com aplicação de um bloco em betão de absorção acústica, as restantes paredes rebocadas e pintadas e os tetos em painel sandwich acústico. As vedações das jaulas são em malha de arame tremido com estrutura de tubulares de aço. As portas são metálicas de grande resistência, com óculo retangular em vidro, para melhor controlo visual.
As demais áreas exteriores e áreas técnicas contam com pavimento em betão afagado por meios mecânicos, paredes em betão à vista ou bloco de betão à vista e tetos também em betão à vista. As portas são em malha de arame tremido com estrutura de tubulares de aço.
Nestes compartimentos há uma forte componente de ventilação natural, motivo pelo qual não são integralmente fechados.
A área exterior foi construída com pavimento em betão afagado por meios mecânicos, aplicado com o mínimo de juntas, de forma a evitar a acumulação de lixo, e incluindo as pendentes necessárias ao correto escoamento de águas no sentido dos canais de drenagem previstos.