O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, percorreu, esta quinta-feira, vários espaços da cidade, sempre acompanhado do presidente da Câmara, Rui Moreira. Um dia inteiro com deslocações a espaços educativos, ambientais, habitacionais e culturais. Muitos deles criados de raiz ou reabilitados pelo atual Executivo, incluindo cinco obras que passaram pela Gestão e Obras do Porto – GO Porto, EM, nos últimos anos: Escola Básica do Falcão, Parque Alameda de Cartes, Matadouro, Batalha Centro de Cinema e Mercado do Bolhão. "Foi um dia inesquecível", declarou, em exclusivo ao Porto., o chefe de Estado.
Na sua opinião, a deslocação ao Porto "permitiu percorrer tópicos essenciais da obra do presidente Rui Moreira". "Faço um balanço muito positivo. Aliás, o melhor balanço não foi feito por mim. Foi feito por muitos munícipes dos vários 'Portos' que aqui existem e que disseram a saudade que vão ficar do presidente da câmara. Acompanho o sentido de gratidão e saudade, no momento de quase despedida. Digo isto porque uma pessoa [Rui Moreira] com esta obra nunca se despede, está sempre presente. O que fez está e é fundamental para a construção do futuro. Foi um dia inesquecível", sublinhou Marcelo Rebelo de Sousa.
Depois de uma receção nos Paços do Concelho, o Presidente da República deslocou-se à Escola Básica do Falcão, manifestando logo aí, e que se viria a estender pelo resto do dia, o seu espanto pela reabilitação efetuada e, sobretudo, pelo aproveitamento solar e das águas pluviais, bem como para as hortas existentes ao lado da escola. "É espantosa esta obra. Uma grande escola", assinalou.
Seguiu-se um passeio a pé pelos parques da Alameda de Cartes e Oriental, apanhando, de surpresa, alguns transeuntes que por ali passavam. Marcelo Rebelo de Sousa sublinhou também a importância das duas obras, "nos sítios mais improváveis e mais imaginativos da cidade, com valorização e participação, que testemunhámos, quer de munícipes do Porto quer de concelhos vizinhos".
A manhã acabaria com uma passagem pelo futuro Matadouro – Centro Cultural do Porto. Marcelo Rebelo de Sousa já aí tinha estado, no início de 2019, antes do início das obras de requalificação, atualmente em curso. E foi, novamente, com "espanto", como o próprio afirmou, que visitou todo o espaço.
"O antigo matadouro será, no futuro, fonte de um grande polo de tudo o que se possa imaginar: cultura, inovação, atividade empresarial, formas de participação cívica. É a concretização de um projeto de muitos anos e que se deparou com várias interpretações do Tribunal de Contas, que não facilitavam nada o desbloquear da situação", frisou, ao Porto., acrescentando: "[O Tribunal de Contas] Acabou por ceder, e bem, prevalecendo o ponto de vista do Município do Porto e do seu presidente".
Atualmente, no local, está patente a exposição "Gustavo Ludgero: quatro décadas de trabalho", que assinala o regresso do artista ao circuito artístico do Porto, reunindo mais de 100 obras que testemunham o seu percurso: da primeira pintura realizada em 1981, até criações inéditas de 2025. A mostra inclui esculturas nunca apresentadas, onde se destaca uma linguagem visual intensa.
Recorde-se que o Matadouro – Centro Cultural do Porto resulta da requalificação do Antigo Matadouro Industrial, um projeto com assinatura do arquiteto japonês Kengo Kuma em parceria com o atelier portuense OODA, que irá transformar o edifício num novo centro cultural ligado à cidade e à comunidade. Assente em três eixos de ação – identidade, património e criação –, este será um espaço coletivo de encontro, partilha e construção.
Já à tarde, Marcelo Rebelo de Sousa visitou o Reservatório, ficando a conhecer toda a história da cidade, em termos arqueológicos, o Bairro Rainha D. Leonor, reabilitado pelo atual Executivo – "que permitiu cozer tecido social, em pontos nevrálgicos da cidade", disse –, o Teatro Municipal Rivoli e o Batalha Centro de Cinema.
Nestes dois últimos casos, "[o presidente da Câmara] pegou em realidades que estavam num estado muito complicado, para dizer, em alguns casos, num estado pré-comatoso, transformando-as ao serviço da cidade", concluiu o chefe de Estado.